10 Dicas para Identificar um Criador de "Fundo de Quintal"

Esse texto deve ser recebido como "dica" ‐ não é uma lista definitiva do que constitui um criador irresponsável ‐ use sempre seu melhor julgamento nas suas decisões. A decisão pela compra de um filhote de um criador ou pela adoção de um cão resgatado é uma escolha pessoal. Tem-se ouvido na mídia com certa insistência o slogan "Adote, não compre". Com certeza existe um cão de resgate perfeito para a maioria das pessoas. Porém, existem pessoas que preferem adquirir um cão de um criador. Precisamos de uma cultura mais tolerante que permita que as pessoas façam a melhor escolha para as suas famílias.

Dito isso, sabemos também que se todos os criadores fossem RESPONSÁVEIS, os abrigos de resgate de animais não estariam super­lotados. Um criador responsável vai exigir que seus clientes devolvam o cão a ele caso não tenham mais condições de cuidar do animal. Caso você decida pela opção de procurar um criador, aqui vai uma lista de dicas que poderão ajudar na avaliação se você está lidando com um criador sério ou com um criador de fundo de quintal.

1. O criador permite que os filhotes deixem o convívio da mãe antes da 8ª semana de idade.
Você escuta que "os filhotes já desmamaram e podem deixar a mãe." Isso não é verdade. É absolutamente crítico que os filhotes fiquem com a mãe e seus irmãos por AO MENOS 8 semanas. Muitos criadores zelosos não permitem que os filhotes saiam antes das 10 semanas. Os filhotes aprendem comportamentos sociais vitais das mães e irmãos nessa idade crítica. Sem esse aprendizado os filhotes podem desenvolver problemas comportamentais mais tarde. 

2. O criador não permite que você conheça os pais do filhote. 
Um criador responsável deveria estar mais do que disposto a permitir que você conheça os pais do seu futuro filhote. Você pode descobrir coisas muito importantes ao observar os pais. Como meu filhote vai se desenvolver na idade adulta? Que tamanho vai ficar? Qual o possível temperamento do meu filhote? Vou ser capaz de manejar o animal quando chegar ao tamanho dos seus pais? 

3. O criador não permite visitas.
É vital saber onde os filhotes crescem. Os filhotes devem permanecer juntos com sua mãe e conviver com seus irmãos, além de ter contato com humanos. O criador deve promover importantes esforços de socialização antes que você leve para casa seu bicho peludo. Uma visita às instalações do criador e outra para conhecer a ninhada devem ser encorajadas sempre. Se os filhotes estiverem em uma área sem contato humano, FUJA. E RÁPIDO!

4. O criador não faz perguntas.
Para um criador sério, filhotes são como crianças. Eles devem se assegurar que os mesmos vão para o melhor lar possível. O criador deve lhe perguntar sobre seus conhecimentos sobre a raça, sobre sua experiência em criar filhotes e como é o ritmo de vida em sua casa. Não se sinta desconfortável com o número de perguntas. Elas só servem para levar em conta os melhores interesses de ambas as partes. Com certeza o criador lhe dará um kit informativo sobre a raça para que você esteja seguro que essa é mesmo a raça certa para você. 

5. O criador cria diversas raças.

O objetivo de um criador responsável é a melhoria da qualidade da raça. Como pode manter esse foco criando 4 ou 5 raças diferentes? A melhoria de uma raça é um processo bastante complexo. Basta ler o padrão oficial de uma raça para ver que criar não é somente produzir cães peludos e bonitinhos. Ao escolher quais cães serão acasalados o criador precisa saber quais características são dominantes nos pais e quais poderão afetar a ninhada. É uma tarefa que requer muito estudo.

6. O criador não discute o compromisso de castração.

Poucas pessoas tem a qualificação ideal para criar. Um criador responsável vai discutir um contrato de registro limitado que recomende a castração do animal em certa idade. E o criador vai ser muito exigente antes de vender um animal com registro aberto e livre para procriação. Geralmente um criador responsável somente vende um cão assim para outro criador.



7. O criador sempre tem filhotes disponíveis.
A maioria dos criadores responsáveis vão manter uma lista de espera para que o interessado demonstre seu real interesse e somente terão uma ninhada quando tiverem pessoas em número suficiente para absorver a maior parte dos filhotes. Idealmente eles vão querer saber se existem lares excelentes suficientes antes mesmo que os filhotes venham ao mundo. 

8. O criador não oferece um contrato.

Um bom contrato deve contemplar garantias sobre a saúde, o que o criador espera do comprador e o que o comprador deve esperar do criador. Cada raça tem testes específicos recomendados e que devem ser mencionados no contrato. E o contrato deve deixar claro que o animal deve ser devolvido ao criador caso o comprador não tenha mais condições de cuidar dele. Um criador responsável vai tentar evitar ao máximo que um cão de sua criação termine em um abrigo.

9. O criador não participa ativamente de entidades cinófilas.
Criadores sempre devem ser apaixonados pelo que sabem e sempre desejosos de aprender mais e se aperfeiçoar. Uma maneira de fazer isso é participar ativamente de atividades cinófilas na sua cidade, região ou a nível nacional e internacional. Sua afiliação a alguma entidade específica demonstra a disposição do criador de se aperfeiçoar continuamente.

10. O criador não estimula que você permaneça em contato.

Como já dito acima, os filhotes são como crianças para um bom criador. Ele os viu nascer e acompanhou seu desenvolvimento inicial. O criador deve estar disposto a oferecer assistência por toda a vida do animal para facilitar a sua adaptação a um novo lar. E um bom criador sempre vai adorar receber fotos ou ouvir histórias à medida que o filhote cresce. Um bom criador vai querer manter um excelente relacionamento com você.

Tradução livre da internet