Alexandre Arruda
Ao longo da história, no Brasil e no mundo, muitas raças de
cães foram consideradas “assassinas”. Todas possuindo algumas características
em comum: a imensa força física, a aparência imponente, incidentes
envolvendo exemplares, a popularização e principalmente manchetes midiáticas
sensacionalistas.
No momento desses incidentes a mídia, havida por manchetes
sensacionalistas, vão para cima da raça e a transformam, perante a sociedade,
em uma raça assassina. Raça que passa a ser mal vista pela grande massa e
consequentemente a ser “caçada” e alvo de pessoas desinformadas.
Muitas raças já passaram por esse dilema, Dobermann, Fila
Brasileiro, Pastor Alemão, Rottweiler e agora chegou à vez do Pit Bull, entre
tantas outras.
Ninguém sabe ao certo como começam as crendices, mas uma
matéria mal feita, uma lenda passada adiante, um filme mal interpretado, uma
manchete sensacionalista e pronto, está feito o estrago. Me lembro muito bem
que na minha infância a “bola da vez” era o Dobermann, porque tinha o crânio
muito pequeno para o tamanho de seu cérebro sentia fortes dores e atacava
repentinamente, fato provado em vários filmes da época (Dobermanns assassinos,
o ataque dos Dobermanns, entre outros) onde o público enxergava cachorros
feitos para matar ao invés de enxergar a “adestrabilidade” e aptidão esportiva
fantástica da raça. Depois veio a vez do Fila Brasileiro, cão “criado da
mistura de diversas raças” e por isso era extremamente agressivo e atacava sem o
menor motivo, esquecendo-se a mídia de mostrar que todos os incidentes com a
raça foram sempre dentro de casa por alguém que de alguma forma invadiu o seu
terreno, e posso falar com conhecimento de causa pois na minha infância, lá em
Belo Horizonte (morei lá por pouco mais de um ano) ignorávamos os cães e
invadíamos fazendas e sítios para “roubar” frutas. E se fossemos pegos, a culpa
era nossa ou do cão que estava apenas tomando conta do seu espaço?, fazendo seu
serviço? Aí você conhece vários casos de Filas tomando conta de bebês. A culpa
realmente é da raça?
A “bola da vez" é o Pit Bull, raça extremamente dócil e
carinhosa, mas também extremamente forte e que não tem grande tolerância a
viver com outros cães. Principalmente por causa da sua enorme força
utilizado por imbecis para rinha, e por isso muitos querem exterminar a raça. A culpa
é da raça? Não senhores, a raça é extremamente dócil e carinhosa e quem já
conviveu com um sabe que delicia de raça é.
Já ouvi relatos sobre um Golden Retriever que teve de ser sacrificado por agressividade, isso mesmo, um lindo e dócil Golden Retriever. Só que foi adestrado para guarda de ataque, e o treinamento simplesmente mexeu com a índole do pobre animal, que nasceu para ser dócil e sabe-se lá com que técnicas foi “torturado” até conseguir exercer uma guarda e se tornar incontrolável.
O mesmo vale para o Pit Bull, raça criada para esporte e não
para guarda, como tantas vezes é usado.
Amigos, as raças são cridas para uma função e para essa função
devem ser usadas. Além disso, sempre deve-se analisar os donos e não apenas os
cães.
Voltando às raças “Assassinas”, elas não existem, nenhuma
raça que conheço é assassina, o problema são os donos, a mídia e a falta de boa
informação. São donos que criam cães confinados, treinam para rinhas, mexem com
os instintos naturais de algumas raças, procriam cães agressivos, etc. É a mídia que para vender utiliza-se de
qualquer artificio esquecendo que são serem vivos do outro lado e que serão
caçados por causa do que escrevem. E culpa da população, que lê apenas
manchetes, ouve boatos e sai à caça, de foices e ancinhos em mão, sem buscar
informações verdadeiras, apenas pelo prazer de tomar um lado, e que normalmente é o lado mais
popular e não o correto.
Além disso, é muito importante a compra de criadores sérios,
jamais em feirinhas e pet shops, pois em uma criação séria não basta apenas o
pedigree, saúde e temperamento devem ser levados em consideração.
Para finalizar gostaria de deixar muito claro que existe muita diferença entre um cão bravo¹ e um cão agressivo² e que um bom cão de guarda deve exercer a guarda e jamais ser agressivo.
Para finalizar gostaria de deixar muito claro que existe muita diferença entre um cão bravo¹ e um cão agressivo² e que um bom cão de guarda deve exercer a guarda e jamais ser agressivo.
¹Bravo: adj (lat barbaru) 1 Que não teme o perigo; denodado, intrépido, valente, valoroso. 2 Não civilizado; bárbaro.
²Agressivo : adj (lat aggressu+ivo) 1 Que denota ou envolve agressão. 2 Propenso a ofender.
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