Alexandre Arruda
De um lado
um grupo que sofre diariamente para resgatar, salvar e manter tantos e tantos
cães abandonados, mal tratados e largados a própria sorte, são os chamados
PROTETORES. Do outro o grupo dos que estudam história, função, características físicas e
comportamentais, saúde e se dedicam à genética, investem muito dinheiro e também ganham
dinheiro com “cães de raça”, os chamados CRIADORES.
Essa briga é diária, e quase todo Protetor acha um absurdo pagar para se ter um cão, afinal não se compra um amigo. Acham um absurdo comprar um cão se há tantos para serem adotados.
Essa briga é diária, e quase todo Protetor acha um absurdo pagar para se ter um cão, afinal não se compra um amigo. Acham um absurdo comprar um cão se há tantos para serem adotados.
Fevale Luke Skywalker, Dogue Alemão do Fevale Kennel |
Já os
criadores escolhem uma raça por suas características, e querem ver o
crescimento da qualidade dessa raça. Importam padreadores e matrizes, estudam,
vão a exposições, investem muito tempo e dinheiro em estudos e em sua criação.
E é justo, vendem os filhotes frutos de seu trabalho a lares selecionados de acordo com suas crenças e critéios.
Na minha
opinião, se revoltar com alguém que vende ou compra um filhote pois há vários
para serem adotados é o mesmo que se revoltar com um casal que resolve ter um
filho. Afinal também há muitas crianças para serem adotadas.
Há quem
queira uma determinada raça, por suas características físicas e/ou comportamentais
e é justo que essa pessoa possa tê-la, contanto que a trate com responsabilidade, carinho e
respeito. Há também aqueles que preferem a adoção, pois não fazem questão dessa
ou daquela raça e apenas querem um bom companheiro, muitas vezes até preferem
fugir das traquinagens de um filhote e optam pela adoção de um adulto.
Sem a menor sombra
de duvidas, há espaço para Criadores e Protetores viverem em perfeita harmonia.
Alias, ambos deveriam trabalhar de mãos dadas para combaterem os abandonos e
maus tratos.
Na verdade,
no mundo ideal, só deveriam haver os Criadores. Não deveria em hipótese alguma
haver a necessidade do trabalho dos Protetores. Mas é lógico, isso é uma
Utopia.
Mas se há
espaço para Protetores e Criadores, então porque essa rincha?
Essa rincha
existe porque há uma clara confusão entre Criador e Fazendeiro de Filhotes. O que se deve realmente combater é a criação
feita pelas fabricas de filhotes. Pessoas irresponsáveis que não se preocupam
com melhoramento genético, com disseminação de doenças hereditárias, com
temperamento. Não se preocupam com a saúde de seu plantel e muito menos com o
destino de seus filhotes. Preocupam-se apenas em fabricar filhotes e lucrar com
isso. Normalmente criando apenas raças da moda e muitas raças ao mesmos tempo. Tirando crias indiscriminadamente, levando à exaustão suas matrizes e padreadores e descartando-os quando não tem mais serventia. Isso sem contar as condições em que os mantém.
Protetores,
Criadores, Cinófilos, autoridades e
população em geral deveriam se unir para evitar essas fabricas de cães. Isso
sim deveria ser combatido. São essas fabricas que geram anualmente milhares de
filhotes, dos quais uma grande parte vai parar nas ruas e, se derem muita
sorte, em algum abrigo.
Fabricantes
de filhotes vendem filhotes sem o menor critério, abandonam matrizes e
padreadores quando estes não servem mais. São eles que realmente que geram tanto
trabalho aos Protetores e não os criadores sérios.
Criadores
sérios não vendem em “feirinhas”, em Pet Shoppings, não vendem no mercado livre
e nem na rua. Criadores sérios são capazes de dizer não a um comprador se
acharem que este não tem o perfil para sua raça. Criadores sérios fazem contratos de compra e venda para tentar garantir um bom tutor para seus filhotes definindo responsabilidades a comprador e vendedor. Um criador sério sempre recebe de volta o cão
caso não o comprador não o queira mais e procura um bom lar adotivo para ele.
Outro mal que
deve ser combatido é o comprador de impulso. Ele que compra na feirinha porque
o filho pediu ou compra a raça da moda sem nem ao menos saber se tem o
temperamento que ele gostaria. É esse comprador que acaba colocando o animal na
rua no primeiro xixi fora do lugar ou na primeira ida ao veterinário.
Mas não
achem que só existem maus criadores e que todos os protetores são bons. Também
há falsos protetores, há também aqueles que se escondem atrás de cães
abandonados para poder lucrar com doações e ajudas e nem sequer ajudam animal
algum. Há muitos por ai também, e esses prejudicam a causa e credibilidade do trabalho dos protetores sérios tanto ou mais do que os que
abandonam os animais.
Tobby, cão do Projeto Aumigão / GAPA¹ |
As
autoridades deveriam criar mecanismos para punir quem abandona, proibir
feirinhas e vendas em Pet Shoppings (já existem leis regulamentando isso, falta apenas serem colocadas efetivamente em pratica), fiscalizar condições de trato e higiene em
canis e abrigos e prender quem maltrata os animais, seja este criador, protetor
ou apenas proprietário.
Por isso
volto a afirmar, há espaço para Protetores e Criadores, para Compradores e
Adotantes o que não deveria mais haver é espaço para esses “fazendeiros” e
para pessoas que acham que serem vivos podem ser descartados como mercadoria
velha (Leia Mercado Negro).
Nessa história
não há errado. Há espaço para ambos, Criadores e Protetores. Desde que sérios e
comprometidos com o bem estar daqueles que estão sob sua tutela. Repito, errado é tentar impor uma condição a outro, se ambos realizam um trabalho sério há sim espaço para Criadores e para Protetores.
¹ Foto por Clecienne Giacomin
Se criadores vendessem com critério, ensinando COMO CUIDAR da raça e CASTRADOS (assim garantiriam a pureza da raça), além de pegar de volta quando a pessoa ENJOASSE do brinquedinho, teriam o apoio dos protetores.
ResponderExcluirA verdade é que ha poucas pessoas que compram ou adotam para sempre, só que protetores pegam de volta, mas criadores, pelo menos aqui, não! Daí QUEM acaba com o problema? Protetores, que não ganham um centavo cuidando dos animais que alguém vendeu. Isso não é justo. Se venderem castrados e assumirem em caso de desistencia, não haverá briga alguma. Aqui em Floripa tá cheio de criadores que nem vermifugo ou vacina dão, e muitos (VENDIDOS) morrem de viroses antes dos 3 meses de vida. É muita maldade tratar vidas como LUCRO, apenas...
Annita,
ExcluirDiscordo de você quando se refere a criadores. Sua descrição é de um fazendeiro de filhotes. Criadores sérios se preocupam com a familia para onde vão seus filhotes, estão sempre de portas abertas para receber de volta um cão de seu plantel que por algum motivo a familia não queira mais e principalmente, explicam muito bem aos futuros tutores todas as caracteristicas da raça e os cuidados e gastos que essa raça demanda. E posso lhe afirmar que conheço criadores sérios em todas as partes do país, mas acontece que para cada criador sério que existe, existem 100 fazendeiros de filhotes. Mas a culpa também é de quem compra, afinal uma criação custa muito caro e isso reflete no preço dos filhotes, e as pessoas querem ter um animalzinho mas não querem pagar por isso, então financiam esses fabricantes, e pior, abandonam quando os animaizinhos começam a dar gastos. Qunato a castração o assunto é um pouco mais polêmico pois envolve também questões médicas. Muitos veterinários ao redor do mundo são contra a castração em idade muito nova, outros são a favor, então isso também gera duvidas. eu sou adepto da ideia de se educar os proprietários e incentivar a castração na idade que acho melhor para os cães (femea aos 6 meses e machos aos 15meses), mas como disse, isso é muito polêmico pois nem mesmo na medicina veterinária há um consenso a respeito da idade correta
Assim como também existem muitos protetores de fundo de quintal que usam a causa apenas para arrecadar dinheiro pra uso próprio e sequer algum dia ajudaram algum animalzinho de rua.
O problema não são criadores, são os tutores e os fazendeiros de filhotes, é muito importante que se entenda isso.
Pelo jeito você não entendeu nada do texto acima, não entendeu a diferença entre Criador e fazendeiro...
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