POSSE
RESPONSÁVEL
Clecienne Giacomin
GATO
NÃO PRECISA TER ACESSO A RUA
Para muitos tutores os
Gatos são animais que devem ser criados livres, podem e devem ter acesso a Rua,
aos Telhados, saírem para caçar, dar umas voltas, namorar, fiscalizar o
território, para fazer as suas necessidades no quintal do vizinho e voltarem
quando desejarem. Este pensamento era dominante há uns 15/20 anos e ainda é
muito comum entre pessoas mais velhas, em comunidades menores ou longe dos
centros urbanos. Mas, hoje com o crescimento das cidades e a expansão da
urbanização vão crescendo os perigos a que estão expostos os Gatos criados
soltos e, é lógico, nosso conhecimento sobre os hábitos felinos e sua saúde
também cresceram.
Hoje sabemos que permitir
que gatos tenham acesso livre a rua é perigoso e prejudicial. Na rua os gatos
estão expostos a vários riscos e podem nunca voltar para casa, não porque
arrumaram outra casa, mas por que morreram e seus tutores nem vão ficar
sabendo. Quantas histórias sobre Gatos que foram dar suas voltinhas e nunca
mais voltaram, eu mesma tenho algumas.
RISCOS REAIS E IMEDIATOS
1)
Atropelamento – o aumento do número de
carros nas ruas é uma realidade, o que aumenta a possibilidade de atropelamento
de Gatos que cruzam ruas, avenidas ou ficam em beiradas de passeios. Gatos são
animais pequenos e que muitas vezes não são vistos pelos motoristas até que
seja tarde. Há ainda o agravante de que a noite os faróis dos carros podem
provocar uma “cegueira” momentânea ao bater nos olhos do Gato, e este
simplesmente estanca bem no meio da rua.
2)
Maus Tratos – é notório entre protetores e
amantes de Gatos que nem todas as pessoas gostam ou mesmo respeitam os Gatos,
são relatos e mais relatos de animais vítimas de maus tratos nas ruas. Crianças
colocam bombinha em seus rabos; pessoas lhes furam os olhos, caçam
implacavelmente até mata-los ou simplesmente os machucam seriamente e os deixam
morrer lentamente. Muitos fazem competição de tiro ao alvo em gatos correndo ou
que escalam os muros de suas casas.
3)
Envenenamento – sim, são vários os casos de
envenenamento, sabemos que muitas pessoas não gostam de gatos e nem mesmo de
cães. A internet está cheia de relatos sobre envenenamento em massa de animais
de criação. Infelizmente não conseguimos identificar os psicopatas que residem
por perto de nós. E há ainda o envenenamento acidental quando alguém distribui
venenos para matar ratos, por exemplo.
4)
Ataque de Cães – nem todo cachorro é
amigável, muitos foram criados de forma doentia por seus tutores e atacam tudo
o que se move por perto deles: gatos, outros cães, crianças, por vezes até os
próprios tutores se tornam vítimas de suas armas de matar com presas. E no caso
do Gato ser criado junto a cães amigáveis, o perigo aumenta, pois ele não irá
identificar o Cão como um inimigo em potencial.
5)
No caso de Gatos não castrados teremos ainda
Gravidez indesejada, mesmo que no seu caso o Gato não castrado seja um macho,
ele vai sair pelo mundo procriando indiscriminadamente, aumentando o número de
filhotes e gatos nas ruas. No caso de uma fêmea não castrada, ela vai voltar
para casa, ter filhotes e você será o responsável por estas vidas, seja criando
a todos sobre o mesmo teto ou arrumando lares seguros para os filhotinhos.
Venhamos que não é fácil doar gatinhos, o que só aumenta o número de abandonos.
6)
Brigas com outros Gatos – o Gato é um animal
extremamente territorialista, as Comunidades de Gatos urbanos são extremamente
complexas, agressivas e hierarquizadas. Há um Gato Alfa dominante (normalmente um
macho) e que dificilmente será um Gato domiciliado. Cada Gato, machos e fêmeas,
possui seu território e briga por ele; existem caminhos que podem ser usados
por uns e não por outros. Um gato que não conheça as estruturas da Comunidade
irá arrumar muitas brigas nas ruas, poderá se machucar seriamente (as unhas dos
Gatos são bem afiadas e podem até cegar ou cortar seriamente a pele de um
oponente).
7)
Nas Ruas os gatos também estão sujeitos a
uma série de doenças. Estas podem ser contraídas nas brigas com outros gatos,
através da caça e no próprio ambiente contaminado. São viroses, infecções
bacterianas e por protozoários e outros parasitas.
·
Numa inocente voltinha nas vizinhanças um
gato pode voltar para casa infestado de pulgas e de carrapatos. Quem nunca teve
que lidar com uma infestação de pulgas ou de carrapatos em casa? É caro e
trabalhoso acabar com estas infestações.
·
Rinotraqueíte, causada por um vírus, ataca
principalmente o sistema respiratório dos felinos. Seus sintomas são olhos e
nariz com muita secreção. É muito comum resgatar ninhadas inteiras de filhotes
com rinotraqueíte. Mesmo depois de tratada a doença pode acompanhar o felino
pelo resto da vida e manifestar em resfriados frequentes, inflamações
respiratórias sempre que ocorre uma queda do sistema imunológico.
·
Esporotricose, também conhecida como doença
da roseira ou doença do jardineiro, é causada pelo fungo Sporothrix schenckii, geralmente
habita o solo, palhas, vegetais e também madeiras, podendo ser transmitido por
meio de materiais contaminados, como farpas ou espinhos. É uma micose que pode
afetar animais e humanos. O Estado do Rio de Janeiro vem tendo um aumento de
casos da doença entre os animais, especialmente entre os gatos, desde o final
da década de 1990.
·
Sarnas, causadas por ácaros que se instalam
nos folículos pilosos, principalmente nas orelhas e na face. Há também a sarna
de ouvido, que forma aquela sujeira preta dentro dos condutos auditivos. As
sarnas causam muita coceira nos animais infectados e pode levar a queda de pelos
e até ulcerações.
·
Toxoplasmose, causada por um protozoário, o Toxoplasma
Gondii, é uma zoonose, ou seja, pode contaminar pessoas e animais. Para maiores
informações leia o nosso texto Gravidez
e Gatos.
·
Verminoses são doenças causadas por vários
tipos de vermes que se alojam principalmente no intestino, mas podem atacar
outros órgãos como esôfago, estômago, coração, pulmões, rins e fígado. Conforme
o grau de infestação, a demora em iniciar o tratamento e a doenças
preexistentes, pode levar a morte do animal. O diagnóstico de todos os tipos de vermes é
feito por meio de exame de fezes ou da identificação dos mesmos (muitas vezes
as larvas dos vermes saem pelo anus do animal). A vermifugação pode ser
instituída como uma rotina preventiva duas vezes ao ano, ou ser realizado exame
de fezes e realizar o tratamento caso necessário. Converse com o seu médico
veterinário para definir a medicação, doses e frequência.
·
Giárdia e o cisto Isóspora, são protozoários
que também são transmissíveis ao homem ( e do homem aos animais também), devem
ser tratados com antibióticos específicos. A Giárdia pode causar diarreia em
filhotes ou fezes de coloração esverdeada ou com sangue nos animais adultos. O
Isospora pode causar diarreia líquida e com sangue em animais jovens. A
infecção por estes protozoários associadas a outras doenças pode agravar o
quadro clínico do gato doente.
·
Hemobartonela é outro protozoário, é
transmitido pela pulga e irá parasitar o sangue, especificamente as hemácias,
ocorrendo um quadro de anemia.
·
Clamidiose é causada por uma bactéria e
causa uma conjuntivite no gato, podendo estar associado a um quadro de
rinotraqueíte.
·
Panleucopenia é um distúrbio
gastrointestinal causado por um parvovírus, ainda que tratável é fatal na
grande maioria dos casos. Acomete em especial filhotes e gatos com menos de 12
meses. Pode ser designada ainda por laringoenterite contagiosa e agranulocitose
infecciosa.
·
E as temidas PIF (Peritonite Infecciosa
Felina), FeLV (Vírus da Leucemia Felina) e FIV (Vírus da Imunodeficiência
Felina) ou AIDS Felina. Estas três doenças muito comuns em Gatos não possuem
tratamento eficaz e nem vacinas que promovam uma imunização 100% eficaz. São
transmitidas nas brigas, através das mordidas, da saliva, do sangue contaminado
e do contato sexual. São extremamente contagiosas entre os gatos, mas não
passam para os seres humanos.
DENTRO DE CASA
Os Gatos são LIVRES dentro
de casa, no território que conhecem e onde se sentem seguros. São animais
curiosos e sempre irão querer passar por portas ou janelas abertas. Tranque um
cômodo de sua casa e ele logo irá virar o centro de atenção dos Felinos da casa,
o lugar mais desejado e onde eles irão querer entrar todas as vezes que a porta
for aberta. Gatos adaptam-se muito bem aos ambientes internos, inclusive aos
menores apartamentos, provável razão de sua expansão como animal doméstico nos
dias atuais. Como o espaço dos felinos não é apenas horizontal, eles vão
escalar moveis, subir em prateleiras, enfiar por baixo dos móveis (quando não
se enfiarem por dentro dos móveis). Gatos são animais que precisam de
atividades, lhes dê um ambiente com possibilidade de exercitar seus músculos e
suas aptidões de caça e terá animais felizes e seguros.
CASTRAÇÃO MAIS CRIAÇÃO INDOOR
Somente
a castração não irá assegurar que o gato não irá para Rua.
Muros
altos, Janelas e portões telados são a garantia de que eles irão permanecer
dentro de casa, seguros e felizes.
Apartamentos
devem ter todas as suas janelas teladas, bem como basculantes e áreas de
varanda.
Ao
termos um Animal somos responsáveis pelo seu bem estar e segurança.
Em
uma simples ESCAPADINHA ou VOLTINHA seu gato pode ser atropelado, envenenado,
vítima de maus tratos, morto pela crueldade de algum ser humano.
GATOS
CASTRADOS E SEM ACESSO A RUA VIVEM DE 15 A 20 ANOS OU MAIS.
Como
se diz:
tudo o
que pode ser evitado não é acidente, é irresponsabilidade.
Linna |
Aqui em casa as Damigatas,
minhas seis Gatas, estão no que denominamos liberdade vigiada. Possuem acesso
ao jardim sob a supervisão de um Adulto responsável, duas delas (Morgannah e
Linna) saem ao Jardim durante o dia e não precisam de vigilância constante; a
Kiki e Pyetra saem ao jardim e são monitoradas ainda que em curtos espaços
fiquem sozinhas no jardim, já a Paola e a Maehda somente com acompanhamento
constante, pois já subiram para o telhado e não conseguiram descer. Como resido
em uma região de pouca densidade populacional e a grande maioria das casas
ainda são de veraneio, a preocupação com vizinhos e carros é um pouco menor,
mas ainda assim, todas elas dormem dentro de casa. Nos últimos meses estamos
estudando o melhor local para a instalação de uma área de Gatil externo com
ligação com a casa. Quando conseguirmos definir o projeto, mostro para vocês.
Abaixo deixo algumas ideias pinçadas da internet.
Paola |
Muros Altos com telas
inclinadas impedem acesso a Rua e a casa de vizinhos:
Áreas Externas Fechadas e
teladas dão ótimos Gatis e podem ter acesso a casa.
Com
exceção das fotografias da Linna e da Paola no jardim (feitas com iPhone),
todas as demais foram retiradas da internet, algumas constam em meus álbuns no
Pinterest.
Super interessante e esclarecedor!!
ResponderExcluirÓtimo conteúdo, parabéns! Adoção responsável é o melhor para o gatinho, assim como a casa segura. Na minha tenho redes de proteção em todas as janelas e possíveis rotas de fuga, assim ele terá uma vida longa, saudável e longe das ruas.
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