Fevale Pet Boutique & Salon

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Criação Indoor

POSSE RESPONSÁVEL
Clecienne Giacomin

GATO NÃO PRECISA TER ACESSO A RUA



Para muitos tutores os Gatos são animais que devem ser criados livres, podem e devem ter acesso a Rua, aos Telhados, saírem para caçar, dar umas voltas, namorar, fiscalizar o território, para fazer as suas necessidades no quintal do vizinho e voltarem quando desejarem. Este pensamento era dominante há uns 15/20 anos e ainda é muito comum entre pessoas mais velhas, em comunidades menores ou longe dos centros urbanos. Mas, hoje com o crescimento das cidades e a expansão da urbanização vão crescendo os perigos a que estão expostos os Gatos criados soltos e, é lógico, nosso conhecimento sobre os hábitos felinos e sua saúde também cresceram.
Hoje sabemos que permitir que gatos tenham acesso livre a rua é perigoso e prejudicial. Na rua os gatos estão expostos a vários riscos e podem nunca voltar para casa, não porque arrumaram outra casa, mas por que morreram e seus tutores nem vão ficar sabendo. Quantas histórias sobre Gatos que foram dar suas voltinhas e nunca mais voltaram, eu mesma tenho algumas.


RISCOS REAIS E IMEDIATOS
1)   Atropelamento – o aumento do número de carros nas ruas é uma realidade, o que aumenta a possibilidade de atropelamento de Gatos que cruzam ruas, avenidas ou ficam em beiradas de passeios. Gatos são animais pequenos e que muitas vezes não são vistos pelos motoristas até que seja tarde. Há ainda o agravante de que a noite os faróis dos carros podem provocar uma “cegueira” momentânea ao bater nos olhos do Gato, e este simplesmente estanca bem no meio da rua.

2)   Maus Tratos – é notório entre protetores e amantes de Gatos que nem todas as pessoas gostam ou mesmo respeitam os Gatos, são relatos e mais relatos de animais vítimas de maus tratos nas ruas. Crianças colocam bombinha em seus rabos; pessoas lhes furam os olhos, caçam implacavelmente até mata-los ou simplesmente os machucam seriamente e os deixam morrer lentamente. Muitos fazem competição de tiro ao alvo em gatos correndo ou que escalam os muros de suas casas.



3)   Envenenamento – sim, são vários os casos de envenenamento, sabemos que muitas pessoas não gostam de gatos e nem mesmo de cães. A internet está cheia de relatos sobre envenenamento em massa de animais de criação. Infelizmente não conseguimos identificar os psicopatas que residem por perto de nós. E há ainda o envenenamento acidental quando alguém distribui venenos para matar ratos, por exemplo.

4)   Ataque de Cães – nem todo cachorro é amigável, muitos foram criados de forma doentia por seus tutores e atacam tudo o que se move por perto deles: gatos, outros cães, crianças, por vezes até os próprios tutores se tornam vítimas de suas armas de matar com presas. E no caso do Gato ser criado junto a cães amigáveis, o perigo aumenta, pois ele não irá identificar o Cão como um inimigo em potencial.



5)   No caso de Gatos não castrados teremos ainda Gravidez indesejada, mesmo que no seu caso o Gato não castrado seja um macho, ele vai sair pelo mundo procriando indiscriminadamente, aumentando o número de filhotes e gatos nas ruas. No caso de uma fêmea não castrada, ela vai voltar para casa, ter filhotes e você será o responsável por estas vidas, seja criando a todos sobre o mesmo teto ou arrumando lares seguros para os filhotinhos. Venhamos que não é fácil doar gatinhos, o que só aumenta o número de abandonos.



6)   Brigas com outros Gatos – o Gato é um animal extremamente territorialista, as Comunidades de Gatos urbanos são extremamente complexas, agressivas e hierarquizadas. Há um Gato Alfa dominante (normalmente um macho) e que dificilmente será um Gato domiciliado. Cada Gato, machos e fêmeas, possui seu território e briga por ele; existem caminhos que podem ser usados por uns e não por outros. Um gato que não conheça as estruturas da Comunidade irá arrumar muitas brigas nas ruas, poderá se machucar seriamente (as unhas dos Gatos são bem afiadas e podem até cegar ou cortar seriamente a pele de um oponente).

7)   Nas Ruas os gatos também estão sujeitos a uma série de doenças. Estas podem ser contraídas nas brigas com outros gatos, através da caça e no próprio ambiente contaminado. São viroses, infecções bacterianas e por protozoários e outros parasitas.



·        Numa inocente voltinha nas vizinhanças um gato pode voltar para casa infestado de pulgas e de carrapatos. Quem nunca teve que lidar com uma infestação de pulgas ou de carrapatos em casa? É caro e trabalhoso acabar com estas infestações.
·        Rinotraqueíte, causada por um vírus, ataca principalmente o sistema respiratório dos felinos. Seus sintomas são olhos e nariz com muita secreção. É muito comum resgatar ninhadas inteiras de filhotes com rinotraqueíte. Mesmo depois de tratada a doença pode acompanhar o felino pelo resto da vida e manifestar em resfriados frequentes, inflamações respiratórias sempre que ocorre uma queda do sistema imunológico.
·        Esporotricose, também conhecida como doença da roseira ou doença do jardineiro, é causada pelo fungo Sporothrix schenckii, geralmente habita o solo, palhas, vegetais e também madeiras, podendo ser transmitido por meio de materiais contaminados, como farpas ou espinhos. É uma micose que pode afetar animais e humanos. O Estado do Rio de Janeiro vem tendo um aumento de casos da doença entre os animais, especialmente entre os gatos, desde o final da década de 1990.
·        Sarnas, causadas por ácaros que se instalam nos folículos pilosos, principalmente nas orelhas e na face. Há também a sarna de ouvido, que forma aquela sujeira preta dentro dos condutos auditivos. As sarnas causam muita coceira nos animais infectados e pode levar a queda de pelos e até ulcerações.
·        Toxoplasmose, causada por um protozoário, o Toxoplasma Gondii, é uma zoonose, ou seja, pode contaminar pessoas e animais. Para maiores informações leia o nosso texto Gravidez e Gatos.
·        Verminoses são doenças causadas por vários tipos de vermes que se alojam principalmente no intestino, mas podem atacar outros órgãos como esôfago, estômago, coração, pulmões, rins e fígado. Conforme o grau de infestação, a demora em iniciar o tratamento e a doenças preexistentes, pode levar a morte do animal.  O diagnóstico de todos os tipos de vermes é feito por meio de exame de fezes ou da identificação dos mesmos (muitas vezes as larvas dos vermes saem pelo anus do animal). A vermifugação pode ser instituída como uma rotina preventiva duas vezes ao ano, ou ser realizado exame de fezes e realizar o tratamento caso necessário. Converse com o seu médico veterinário para definir a medicação, doses e frequência.
·        Giárdia e o cisto Isóspora, são protozoários que também são transmissíveis ao homem ( e do homem aos animais também), devem ser tratados com antibióticos específicos. A Giárdia pode causar diarreia em filhotes ou fezes de coloração esverdeada ou com sangue nos animais adultos. O Isospora pode causar diarreia líquida e com sangue em animais jovens. A infecção por estes protozoários associadas a outras doenças pode agravar o quadro clínico do gato doente.
·        Hemobartonela é outro protozoário, é transmitido pela pulga e irá parasitar o sangue, especificamente as hemácias, ocorrendo um quadro de anemia.
·        Clamidiose é causada por uma bactéria e causa uma conjuntivite no gato, podendo estar associado a um quadro de rinotraqueíte.
·        Panleucopenia é um distúrbio gastrointestinal causado por um parvovírus, ainda que tratável é fatal na grande maioria dos casos. Acomete em especial filhotes e gatos com menos de 12 meses. Pode ser designada ainda por  laringoenterite contagiosa e agranulocitose infecciosa.
·        E as temidas PIF (Peritonite Infecciosa Felina), FeLV (Vírus da Leucemia Felina) e FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina) ou AIDS Felina. Estas três doenças muito comuns em Gatos não possuem tratamento eficaz e nem vacinas que promovam uma imunização 100% eficaz. São transmitidas nas brigas, através das mordidas, da saliva, do sangue contaminado e do contato sexual. São extremamente contagiosas entre os gatos, mas não passam para os seres humanos.


DENTRO DE CASA

Os Gatos são LIVRES dentro de casa, no território que conhecem e onde se sentem seguros. São animais curiosos e sempre irão querer passar por portas ou janelas abertas. Tranque um cômodo de sua casa e ele logo irá virar o centro de atenção dos Felinos da casa, o lugar mais desejado e onde eles irão querer entrar todas as vezes que a porta for aberta. Gatos adaptam-se muito bem aos ambientes internos, inclusive aos menores apartamentos, provável razão de sua expansão como animal doméstico nos dias atuais. Como o espaço dos felinos não é apenas horizontal, eles vão escalar moveis, subir em prateleiras, enfiar por baixo dos móveis (quando não se enfiarem por dentro dos móveis). Gatos são animais que precisam de atividades, lhes dê um ambiente com possibilidade de exercitar seus músculos e suas aptidões de caça e terá animais felizes e seguros.

CASTRAÇÃO MAIS CRIAÇÃO INDOOR
Somente a castração não irá assegurar que o gato não irá para Rua.
Muros altos, Janelas e portões telados são a garantia de que eles irão permanecer dentro de casa, seguros e felizes.
Apartamentos devem ter todas as suas janelas teladas, bem como basculantes e áreas de varanda.
Ao termos um Animal somos responsáveis pelo seu bem estar e segurança.
Em uma simples ESCAPADINHA ou VOLTINHA seu gato pode ser atropelado, envenenado, vítima de maus tratos, morto pela crueldade de algum ser humano.
GATOS CASTRADOS E SEM ACESSO A RUA VIVEM DE 15 A 20 ANOS OU MAIS.
Como se diz:
 tudo o que pode ser evitado não é acidente, é irresponsabilidade.

Linna

Aqui em casa as Damigatas, minhas seis Gatas, estão no que denominamos liberdade vigiada. Possuem acesso ao jardim sob a supervisão de um Adulto responsável, duas delas (Morgannah e Linna) saem ao Jardim durante o dia e não precisam de vigilância constante; a Kiki e Pyetra saem ao jardim e são monitoradas ainda que em curtos espaços fiquem sozinhas no jardim, já a Paola e a Maehda somente com acompanhamento constante, pois já subiram para o telhado e não conseguiram descer. Como resido em uma região de pouca densidade populacional e a grande maioria das casas ainda são de veraneio, a preocupação com vizinhos e carros é um pouco menor, mas ainda assim, todas elas dormem dentro de casa. Nos últimos meses estamos estudando o melhor local para a instalação de uma área de Gatil externo com ligação com a casa. Quando conseguirmos definir o projeto, mostro para vocês. Abaixo deixo algumas ideias pinçadas da internet.

Paola

Muros Altos com telas inclinadas impedem acesso a Rua e a casa de vizinhos:



Áreas Externas Fechadas e teladas dão ótimos Gatis e podem ter acesso a casa.



Com exceção das fotografias da Linna e da Paola no jardim (feitas com iPhone), todas as demais foram retiradas da internet, algumas constam em meus álbuns no Pinterest

2 comentários:

  1. Ótimo conteúdo, parabéns! Adoção responsável é o melhor para o gatinho, assim como a casa segura. Na minha tenho redes de proteção em todas as janelas e possíveis rotas de fuga, assim ele terá uma vida longa, saudável e longe das ruas.

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